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Um país dividido

Escrevo no momento em que Lula matematicamente é eleito presidente da República. A eleição mais dura e radicalizada desde 1989 (Lula x Collor), deixa um Brasil absolutamente dividido.
O país elege um presidente de esquerda, que já governou o Brasil por dois mandatos, e elegeu sua sucessora. Por outro lado, no primeiro turno, a população elegeu um congresso majoritariamente de direita, em especial com senadores bastante combativos, aliados de primeira hora de Bolsonaro, presidente não reeleito. Cabe ressaltar também que, nos três principais estados do país, foram eleitos governadores aliados do atual presidente.
Muito cedo ainda para saber como será esta relação. Vai depender de como Lula irá se comportar já no seu primeiro pronunciamento.
Certamente, para conseguir governar, terá que montar um governo amplo, sem a hegemonia do PT. Caso contrário considero natimorto.
Algumas figuras políticas despontam, e merecem destaque na minha análise.
A senadora Simone Tebet certamente passou a ser um nome nacional. Outro nome que também merece destaque é do governador eleito novamente, Eduardo Leite. Conseguiu uma vitória histórica no Rio Grande do sul. O que o torna um nome para 2026.
Não dá para não citar o governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas, um carioca, que nunca havia disputado uma eleição, passa a ser um quadro muito importante no cenário nacional. Destacaria também o governador do Rio, Cláudio Castro. Conseguiu ampliar a vantagem do Bolsonaro no estado, e pelo seu temperamento moderado, acredito ser uma ponte importante entre os dois lados.
Alguns personagens políticos saem arranhados. Ciro Gomes deve sair de cena. Ficou completamente deslocado politicamente. O governador de Minas, apesar do seu forte empenho, Bolsonaro foi derrotado em seu estado. O Prefeito do Rio Eduardo Paes, que se engajou de corpo e alma , não conseguiu tornar Lula vitorioso na Capital. Pelo contrário. A vantagem aumentou.
O que eu posso dizer neste momento é que Lula irá precisar de todo sabedoria e talento, para lidar com um país rachado no meio. Inclusive nas diferenças regionais. Lula ganhou no Nordeste e perdeu no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Se, no Brasil, o sistema fosse igual ao dos EUA, uma federação, o presidente da República seria Bolsonaro, justamente por ganhar na maioria dos estados. Por aí vemos que os desafios são gigantes.
Por outro lado, não podemos achar que o bolsonarismo foi enterrado. Em que pese, tenha havido uma derrota eleitoral. Não entendo que tenha havido uma derrota política. Apesar de toda força contrária da grande mídia, e da interferência do judiciário, teve praticamente a mesma votação de 2018. Resta saber o que fará Bolsonaro daqui para frente.
Muitas dúvidas existem do que será o Brasil depois desta eleição. Estas são as minhas primeiras impressões.
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