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Para especialista em Previdência, reforma tem que ser “de um tiro só”

Paulo Tafner, que fez junto com Armínio Fraga uma das propostas na mesa de Paulo Guedes, defende transição mais curta e capitalização para novos entrantes

São Paulo – O economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas em Previdência do país, disse nesta quinta-feira (8) que uma reforma no sistema deve ser feita de “um tiro só”.

A equipe de transição de Jair Bolsonaro (PSL) vem sinalizando que gostaria de aprovar ainda em 2018 uma parte da proposta de reforma do atual governo, possibilidade vista com ceticismo por líderes políticos, para depois apresentar uma proposta de mudança mais profunda.

Para Tafner, a chance de aprovação é logo no início do mandato, com um Congresso ainda “amigo” de Bolsonaro, e de uma vez só:

“Não faz sentido buscar aprovar parte do texto que está no Congresso e depois tentar fazer mais mudanças pela frente. Se não conseguir avançar em nada, é melhor aprovar a reforma que está aí. O que não tenho aceitado bem é a ideia de fazer essa reforma e depois fazer outra. Tem que dar um tiro só.”

A declaração foi dada em um debate sobre o tema na escola de negócios Insper, em São Paulo, e foi ecoada pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hartung:

“Todo início de governo, os presidentes têm o Congresso mais favorável às propostas de mudança. Ainda mais o presidente Jair Bolsonaro que foi eleito com grande percentual de votos. Ele tem capacidade política para se aprovar a reforma”, disse Hartung.

O governador, no entanto, ressaltou que primeiro é preciso definir claramente o que se quer votar:

“O que vale a pena é primeiro definir qual a proposta. A crise fiscal é tão grave que temos que tentar no limite do que pode ser feito. Usar um Congresso velho não é fácil. Tem um governo eleito que vai tomar posse e que não tem proposta na mão.”

Gastos como país rico

Tafner aponta que uma reforma é necessária para garantir a governabilidade nos próximos anos: “O Brasil gasta com aposentadoria o mesmo que países ricos, como Japão e Alemanha, e sem ter orçamento para isso”.

As despesas com a Previdência Social já representam mais da metade dos gastos da União e crescem 50 bilhões de reais por ano, podendo chegar a 80% dos gastos em 5 anos se o ritmo for mantido.

O problema é fruto do envelhecimento rápido da população; em um sistema de repartição como o nosso, isso significa cada vez menos pessoas em idade produtiva sustentando uma porcentagem de idosos cada vez maior.

Segundo Tafner, o Brasil será o nono país mais envelhecido entre as 100 economias mais populosas do mundo em 2060. Na década de 1950, a situação era inversa: o Brasil era o 26º mais jovem.

“O Brasil não só vai ficar velho, mas vai ficar mais velho que seus competidores”, diz ele.

Fonte: EXAME

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