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Otimismo eleitoral do mercado derruba o dólar e eleva bolsa a 80 mil pontos

Fonte: Correio Braziliense

Acordo da Petrobras nos EUA e ajuste na B3, depois de um primeiro semestre de queda influenciada pela possível candidatura de Lula, e greve dos caminhoneiros, levam a divisa norte-americana a R$ 3,995

Em dia de forte volatilidade no mercado financeiro, o dólar fechou abaixo de R$ 4, pela primeira vez desde 20 de agosto, cotado a R$ 3,995, com queda de 0,79%. Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), os investidores se mostraram otimistas. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão aos 80 mil pontos, em alta de 1,71%. As ações da Petrobras foram a estrela do dia, depois da confirmação, pela estatal, do fechamento de acordo, com autoridades dos Estados Unidos, para encerrar a investigação no referente à Operação Lava-Jato, a partir do pagamento da multa equivalente a R$ 3,6 bilhões.

Para Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, o otimismo observado na Bolsa está relacionado às oportunidades conferidas ao investidor. “Existe a junção de alguns fatores para a explicação desse recente comportamento. No primeiro semestre, a B3 sofreu um forte desconto com a greve dos caminhoneiros e a indecisão em relação à candidatura de Lula, que acabou barrada pela Lei da Ficha Limpa. Com isso, houve depreciação dos preços e as empresas perderam valor. Apesar disso, houve melhora do primeiro para o segundo trimestre, o que resultou em uma boa safra de dividendos, além da taxa Selic estar em um patamar mínimo. É uma janela de oportunidade para quem quer investir no longo prazo”, explicou.

O movimento do dólar se manteve na semana. Na quarta-feira, a moeda norte-americana havia fechado em queda de 1,39%, a R$ 4,026. Entre as 24 principais divisas emergentes, o real foi a segunda moeda que mais se valorizou em relação ao dólar, ficando atrás apenas da Lira Turca. Segundo Silva, o fato de o dólar encerrar o dia abaixo da barreira dos R$ 4 sinaliza uma situação favorável. “É uma barreira psicológica importante. Isso mostra um mercado mais otimista. É importante a ruptura. Dessa forma, fica bastante diluída a ideia de pânico, sinalizando que as coisas podem estar nos eixos”, relacionou. Ontem, o Bank of America Merrill Lynch (BofA), por meio de nota, analisou que as incertezas eleitorais no país estão menos ‘assimétricas’, elevando as recomendações dos bônus brasileiros, que constituem a dívida externa do país.
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Na visão de Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, o mercado acompanha, minuciosamente, as últimas pesquisas eleitorais. “Os investidores têm uma predileção por Bolsonaro, que, segundo eles, teria mais inclinação de fazer reformas necessárias. Dessa forma, olhando nas entrelinhas das pesquisas, dá a entender que o Bolsonaro está mais forte que os números gerais. Eu tenho um pé atrás dessa leitura. Quando olho as pesquisas, não apostaria nessa bonança. Ainda tem uma semana inteira de disputa”, explicou. Para Fernanda, o momento ainda não é de definição. “Assim, fico receosa. Entendo o movimento do mercado, mas, como estrategista, acho cedo. Eu teria mais cautela”, revelou.

Emergentes
De acordo com Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset, a conjuntura atual envolve e favorece alguns emergentes. “Na conjuntura internacional, globalmente, está bem pior, mas, para os EUA, está ótimo. Ontem, vimos os índices para cima, um bom humor generalizado”, constatou. Na visão de Spyer, o Brasil volta a constituir um mercado de oportunidades. “Se você acompanha, o câmbio do Brasil é o segundo que mais melhora entre os emergentes. Em suma, é um avião. Temos momentos de altas e baixas. O dólar estava subindo, já que o investidor fugia daqui. Porém, quando sobe muito, a Bolsa fica mais barata, gerando uma nova gama de oportunidades para investidores, que não são especuladores. Esses caras que entram com recursos no país com o dólar caro são investidores de longo prazo. Além disso, observando os dados, os volumes negociados aumentaram. Os números estão bons, e o risco país caiu também”, constatou.

Dados da B3 mostram que, entre os meses de fevereiro e maio, período que envolveu o imbróglio relacionado à prisão do ex-presidente Lula (PT) e a greve dos caminhoneiros, o saldo da movimentação dos investidores estrangeiros ficou negativo em R$ 13,561 bilhões. Já entre os meses de junho e setembro, ficou em R$ 2,758 bilhões, sinalizando uma movimentação maior de compras do que vendas. Isso sinaliza que o investidor estrangeiro está voltando para o país.

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