O BRT é um pesadelo
A roda de um ônibus do BRT se soltou e atingiu duas pessoas na noite de sexta-feira, 01/07, na Taquara, zona oeste do Rio. O que mais precisa acontecer para o prefeito Eduardo Paes tomar atitudes sérias e que podem começar a minimizar os problemas no BRT?
De cara, afirmo: não adianta comprar ônibus novo para rodar numa calha, totalmente arrebentada. Essa não é a solução. O prefeito já deveria ter feito as empresas que realizaram o projeto consertarem tudo. Colocar mais dinheiro para resolver os problemas do BRT é aumentar absurdamente o custo de uma obra que já foi paga.
Mas, vamos voltar ao início. A verdade é que o sistema, inaugurado em 2012 por Paes, que deveria melhorar o transporte no Rio, virou sinônimo de caos e precariedade. As obras foram mal planejadas, malfeitas e superfaturadas.
Foram feitas estações pequenas, com previsão do número de usuários muito menor do que realmente seria e as obras executadas às pressas, o que acarretou na péssima qualidade. Ainda em 2012, as pistas do BRT já apresentavam defeitos.
O BRT Transoeste teve problemas identificados desde os primeiros meses de operação e foram só piorando, tornando estressante e perigoso o ir e vir diário dos passageiros.
O sistema BRT tornou-se um acúmulo de problemas que faz a população sofrer diariamente. E não se pode esquecer dos indícios de corrupção, que levaram à condenação do ex-secretário de Obras, Alexandre Pinto, que admitiu o recebimento de propina de uma das empresas, além da auto-confissão das empreiteiras que executaram.
Repito: o desastre a que chegou o BRT tem uma longa história, que começa em 2010, na primeira gestão do atual prefeito, que insiste em vender que herdou da gestão anterior um enorme problema e tem feito todo esforço para resolver este passivo, mas a história não é essa.
Ainda cabe ressaltar que o sistema está encampado há mais de um ano pela prefeitura, e que a esta altura, já não deveria ter pneu soltando na rua e “atropelando” os transeuntes.
Infelizmente, este setor tão importante para a melhor qualidade de vida do cidadão sempre foi contaminado pela demagogia, e as medidas corretas foram deixadas de lado. Agora está à beira do colapso, repleto de problemas que impactam diretamente na vida das pessoas.
Contrariando o prometido pela prefeitura, obras do BRT ficaram pelo caminho, o sistema transporta menos gente do que o esperado e enfrenta velhos problemas.
Acidentes são situações corriqueiras e a má conservação dos veículos, das pistas e das estações é uma reclamação constante de quem depende do serviço. Concebido pela prefeitura como o projeto dos sonhos para garantir conforto e rapidez aos milhares de cariocas que se deslocam nos ônibus, o BRT tem sido um transtorno para quem depende dele todos os dias.
O BRT está longe de ser o que prometiam e tem trazido mais problemas do que soluções. O BRT é um pesadelo.