Telefone: 21 2215-7184

Boletim de Notícias

Fique por dentro de temas importantes sobre gestão de políticas públicas no estado do Rio de Janeiro.

Eduardo Paes, o camaleão

Quem vê movimentos bruscos e mudanças de rota do Eduardo Paes nessa eleição parece se esquecer de que toda a sua trajetória politica foi marcada pelo descompromisso com qualquer fator ideológico ou qualquer gratidão a parceiros do passado.

Eduardo Paes começou , a sua carreira politica, em1993 com Cesar Maia, até que, em 2004, se desligou do grupo e foi para o PSDB para ter vida própria. Em 2006, sai candidato a governador, tem uma votação pífia e é acolhido por Sergio Cabral no seu governo, com a secretaria de Esporte e Turismo, feita sob medida para depois ser lançado como candidato a prefeito, em 2008.

Mesmo depois de Sergio Cabral ter, praticamente, colocado Paes sentado no Palácio da Cidade, em 2008, quando o ex-governador caiu em desgraça foi esquecido pelo, até então, amigo de fé, irmão camarada e passa a ser tratado como um estranho, como se a convivência íntima não tivesse existido e como Eduardo Paes disse num debate da campanha eleitoral, os dois tivessem, apenas, relações protocolares.

Agora, no pleito de 2022, como eleitor importante que é todo prefeito do Rio de Janeiro, tem feito um verdadeiro teatro das tesouras, ora sinalizando para um lado, ora sinalizando para o outro. Até o inicio do ano, apesar de depois ter lançado o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, como candidato a governador, vinha sinalizando apoio à reeleição do governador Cláudio Castro, inclusive, cogitando a indicação do deputado federal e seu fiel escudeiro, Pedro Paulo como vice.

E mais: ignorou, solenemente, o apoio que Marcelo Freixo deu a ele em 2020, fundamental para derrotar o ex-prefeito Marcelo Crivella, a quem tratava com desdém na sua campanha. Bom, depois disso tudo, o que ele fez foi dar mais uma cambalhota, retirou a candidatura de Santa Cruz e o indicou para vice de Rodrigo Neves, o que, até bem pouco tempo, todos achavam improvável.

Agora, para o Senado , mais uma vez, está virando a casaca. Sinalizou o tempo inteiro que iria apoiar o deputado André Ceciliano para a única vaga que o estado elege neste pleito. Inclusive, chegou a convidar Ceciliano num outro movimento brusco para que ele viesse para o PSD. Ficaria assim: ele apoiaria o Lula e o Ceciliano seria o seu candidato a governador , tamanha a proximidade que tinha com o presidente da Assembleia Legislativa.

Agora aparece no palanque do candidato ao Senado, Alessandro Molon, o que, dizem, ja é movimento de um acordo feito para evitar que Molon venha candidato a prefeito, em 2024, porque, afinal de contas, a única preocupação real de Paes é com a sua reeleição em 2024.

A verdade é que o prefeito trabalha em 2022 com olhos em 2024. Todos os movimentos dele norteiam a possibilidade de ter menos concorrentes e ter mais apoios. Ele está cuidando, exclusivamente, para a sua reeleição, sem nenhum compromisso com ideologia ou gratidão politica. Aliás, essa é marca registrada dele. Só se surpreende quem ainda quer se surpreender.

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com